sábado, 4 de fevereiro de 2017

O amor - visão do autor.

Eu ouvi várias pessoas falando do amor. Muitos livros contavam lindas histórias de amor e até mesmo a bíblia citava versículos sobre amor. Durante toda a minha vida, tive sede de conhecimento. Sempre achei que nunca era demais aprender mais um pouco. Olhar a vida como ela realmente é, saber que nem tudo que dizem ser real, realmente o é.
Mas, sabemos que o amadurecimento pessoal faz parte de todos, e mesmo com todas as aulas teóricas sobre a vida, é na hora de fazermos a prática que descobrimos o que realmente aprendemos. No texto de hoje tentarei explorar e mostrar a todos a minha visão sobre o amor. Espero que vocês gostem e vejam tudo com novos olhos.
Na noite em que escrevi esse texto, eu percebi que o amor é algo que faz parte da subjetividade humana. Com isso, o tenho como uma das funções básicas do psicológico do ser. E sim, ele o é. Quando falamos em amor, a primeira coisa que nos vem à memória é a cena de um lindo casal apaixonado se beijando ao pôr do sol em uma linda praia. Mas isso não é amor. No mundo atual descrito por Zygmunt Bauman como um mundo líquido e de relações líquidas, ou seja, um mundo que a todo momento muda e que as relações estão baseadas em princípios líquidos e instáveis que a qualquer momento podem acabar, é imprescindível sabermos diferenciar amor de qualquer outra coisa.
Primeiramente ao conceituarmos amor, temos que este é um sentimento vindo da psique humana e que é em sua essência um conceito abstrato. Ou seja, é um conceito que pode ser visto de maneiras diferentes. Logo, podemos perceber que o amor é algo subjetivo e que cada individuo tem dentro de si sua maneira de amar.
Mas, será que amamos da mesma maneira durante toda a vida? Não, o amor que sentimos hoje é diferente do amor que sentimos ontem e será diferente do amor que sentiremos amanhã. Com isso, podemos então pensar em um possível amor líquido. Ou seja, o amor pode ser descrito como um rio corrente que muda suas águas todos os momentos, impossibilitando assim com que uma pessoa possa banhar-se duas vezes no mesmo rio, visto que as águas daquele rio já passaram. Pensamento esse abordado pela filosofia por Heráclito de Éfeso.
Logo vemos uma definição mais ampla de amor. O amor é um sentimento formado pela subjetividade humana e também um conceito abstrato que reforça o poder da individualidade do individuo e de sua autonomia quanto a ela. Mas, será que posso controlar o amor? Dizem por aí que no coração ninguém manda, entretanto peço desculpa a vocês meus queridos leitores, mas nós não amamos com o coração, amamos com o cérebro. Então a resposta para a pergunta é sim, podemos controlar o que amamos, como amamos, por que amamos e quando amamos.
Vale salientar aqui também o conceito de atração para que não nos sintamos muito incomodados. Segundo o Aurélio, atração é uma força que faz com que um corpo se desloque para junto de outro. Mais afundo o Aurélio brasileiro também descreve atração como encanto. A partir daí podemos concluir que quase sempre estamos atraídos e não amando.
Então, como amar alguém? Simples, tudo começa com a atração. Creio que você já tenha ouvido ou até mesmo dito a expressão “amor à primeira vista”, na verdade esse tipo de amor é uma simples atração que leva você a gostar logo no primeiro contato com a pessoa. A partir daí você vai se aproximar dessa pessoa, e somente depois de conhecer alguém que você poderá dizer se você ama a pessoa ou não. Então queridos leitores, PAREM de dizer EU TE AMO logo no segundo encontro, por favor.
Continuando meu pensamento, amamos por que sentimos a necessidade de alguém ao nosso lado para tudo, somos incapazes de fazermos as coisas sós. E isso é uma virtude do ser humano, pois é exatamente partindo dessa necessidade que podemos socializar e tocar nossa sociedade pra frente. É nas nossas diferenças que nos tornamos iguais.

Por fim, quero dizer a vocês que amar é realmente legal. E que amar e ser amado é legal do mesmo jeito. Kkk. Desculpem se saí um pouco do padrão, mas creio que aqui todos sabem que um dia terão de amar alguém. E quando isso acontecer é você quem decidirá no seu cerebrozinho se vai deixar isso acontecer. Só quero que saibam de uma coisa, existem três coisas que fazemos e não podemos mais voltar atrás: a primeira é uma palavra dita, a segunda é uma flecha lançada e a última é uma oportunidade perdida. Desejo o melhor a vocês e amem muito, muito mesmo. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Doce Fel

O dia estava ensolarado, as temperaturas giravam em torno dos 38°C com sensação de 43°C, segundo a meteorologista do jornal do meio dia. As horas passavam lentamente, a sensação de angústia era maior no meu peito fazendo-me afundar em um mar de tristeza. O seriado que passava na TV não estava me chamando atenção e em pleno sol do meio dia resolvi sair e caminhar.
A temperatura do lado de fora de casa parecia estar mais alta, o suor já era elemento presente em todo o meu corpo e a água que trouxe já funcionava como o regulador térmico dele. Meus pés estavam quentes e minha visão embaçada. O cansaço me envolvia em seus braços e sem perceber estava andando em algum lugar que nunca tinha visto. Olhava para todos os lados a procura do sinal de alguém que me pudesse dizer onde estava. Foi então que tive a ideia de refazer o trajeto que havia me trazido até aqui. E segui de volta pelo caminho.
A estrada dos coronéis, vi o nome estampado em uma placa localizada próximo a beirada do caminho, estava desértica e quente. Não passava nem um veículo sequer e nem ninguém, do lado direito da estrada tinha um enorme roseiral e do lado esquerdo tinha um abismo. Comecei a correr rápido de volta à minha casa. Corri cerca de 1 hora e não vi ninguém e nem sinal de nada. Foi aí que comecei a me preocupar. Estava realmente perdido e precisava de ajuda. Olhei do outro lado da estrada e no abismo eu vi um homem, este parecia um pastor de ovelhas com o seu rebanho todo a pastar. Corri e chamei-o, mas ele não me ouviu. Então resolvi descer o abismo e ir ter com ele.
A descida era íngreme e no começo senti muita dificuldade. O abismo tinha cerca de 700 metros e qualquer deslize poderia ser fatal. Tentava segurar-me nas pedras e colocar os pés em locais seguros. O medo começou a me invadir e como defesa natural do organismo comecei a suar cada vez mais.
Era aproximadamente 4 horas da tarde e o tempo estava ficando frio, a descida tinha ficado mais fácil e quando faltavam cerca de 50 metros, o meu pé deslizou e eu cai. Sai escorregando e minha cabeça batendo nas pedras do morro. Daí cheguei ao fim, minha cabeça toda ensanguentada e um braço quebrado foi o meu saldo. Comecei a chorar, estava ficando com frio, com fome e perdido. Então ergui a cabeça e avistei o pastor de ovelhas. Fui correndo ao seu encontro e quando cheguei mais perto, ele com medo que eu roubasse suas ovelhas tomou uma atitude que eu não esperava, lançou-me uma faca certeira na barriga, caí de tanta dor.

Comecei a chorar e uivar, ele foi embora com o seu rebanho e eu fiquei ali. Sem poder fazer nada e morrendo. A noite parecia não passar, o frio era maior a cada segundo que passava. Então depois de muito tempo perdi as forças e me entreguei. Pensei que tivesse morrido. Mas, era tudo escuro e parecia mais que estava dormindo. Vi pessoas em uma cidade, minha mãe e todos os meus irmãos, vi um sorriso. E então senti algo me apertar, aos poucos acordei e vi que estava envolvido por uma serpente. Ela passou a noite comigo e me sustentou a vida. Sai aos poucos e com dores parti. Andei alguns quilômetros e encontrei uma aldeia de moradores. Pedi abrigo e socorro e depois de duas semanas voltei pra minha casa. Ao chegar lá encontrei tudo como eu havia deixado, e ainda que tudo estivesse do mesmo jeito me sentia diferente. Então percebi que tudo é igual, a diferença está em nós mesmos. 

domingo, 13 de novembro de 2016

Carta Final - Suicídio.

Sei lá, minha vida não tem e nem faz mais sentido.
Meu olhar vaga, pairando em todo o corredor. Mas, que corredor é esse? Onde estou?
As lembranças começam a vir a tona, coisas belas me aparecem, e como Santo Agostinho falou, o meu palácio de memórias começa então a se erguer. Vejo com imagens nítidas a primeira palavra que escrevi – meu nome – , minha festinha do ABC, a primeira vez que andei de bicicleta.
 Aiai, a infância, terra tênue, período que não pode ser tirado de mim. A inocência de quem nada sabe sobre o mundo. A serenidade, doçura e ternura emanadas do olhar de um ser tão simples e especial. Começo a ver o tempo passar, parece até que posso ver o meu primeiro textinho escrito, minha primeira paixão, ah! A doce e serena primeira paixão, há quem diga que o primeiro amor jamais é esquecido e sempre é lembrado, e sim, é verdade o que dizem, jamais esquecerei meu primeiro e grande amor. O tempo continua passando, as imagens levantam-se e caem por todo o tempo sem parar. Vejo a adolescência chegando e lá revivo o meu primeiro beijo. As lágrimas já afogam meus olhos, lembro-me tudo. A felicidade de minha mãe, o entusiasmo do meu pai, os mimos de meus avós, os carinhos e presentes de meus tios, todos pareciam querer me fazer feliz, mas o tempo passou.
Ah! O tempo, por que o tempo existe? Queria ter o poder de para-lo, ele me tormenta. A cada vez que chegava a data do meu aniversário parecia que iria passar por uma tortura sem fim, cada numero a mais significava que teria de ter mais responsabilidade e teriam menos cuidados. Meu peito estremece tomado pela emoção e pelos sentimentos que circundam cada pensamento. Onde estão todos os que prometeram me amar e me proteger sempre? Onde estão aqueles que disseram que nunca iriam me abandonar? Onde? Onde?
O tempo passou e não tem sido fácil suportar, existe uma grande responsabilidade e carga de expectativas sobre mim e não estou nada bem. Meu corpo está intacto, mas minha mente padece. Estou sozinho e perdido, todos querem apenas resultados. Meus pais não me veem mais como seu filho, para eles sou apenas um investimento financeiro em longo prazo. Meus avós não se encontram mais conosco para me defender. Meus tios se dispersaram, mal os vejo e quando vejo-os as perguntas sempre são as mesmas. “Como está no trabalho? E na faculdade?”. Parece até que eu não existo mais, o que existe de mim é apenas meu estudo e meu trabalho, ninguém se importa comigo.
Hoje estou completando 19 anos, curso o 4º semestre de medicina (meus pais me forçaram a cursar), trabalho como monitor, mas o mais importante é que não sou nem estou feliz. Decidi escrever essa carta para dizer que ainda existo e se para vocês eu não existo e nada mais sou do que a faculdade e meu trabalho, não existe mais razões para eu viver e continuar aqui.
(levanto-me, subo na minha cama, posiciono a corda no meu pescoço, tiro do meu bolso a caneta e o papel para escrever minhas ultimas palavras)
“Antes que me julguem, a dor que sinto hoje está insuportável, não consigo mais viver assim, hoje estou aqui fazendo o que sempre me disseram, vou em busca da minha felicid...”

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Carta de um Homicida...

Simples e notórias notas do vento. Uma canção que o mundo jamais imaginou. O flutuar das águas no rio, doce e serenas são suas curvas e o modo como se movem é de extrema leveza e simplicidade. As folhas, oh! As folhas das arvores evocam o som de um paraíso perdido. Não sei onde estou. Mas, nesse mar de quietude e calmaria percebo que algo não está correto.
Olho para todos os lados, as águas antes simples se modificam, começam a ficar avermelhadas. As folhas que outrora jaziam levem no ar, secam-se,  e o vento... ah o vento. O que eu fiz pra merecer tão triste fim?
O vento que outrora cantarolava notas de uma belíssima canção torna-se violento. Estou preso dentro de mim mesmo, não consigo sair dos meus pensamentos. E isso me fere. Preciso de um porto seguro. Preciso de algo que me tire daqui. Mas o que? O que pode me salvar?
Meu corpo começa então a suar, minha mão treme, meus olhos estão perversos, eles se abrigam na escuridão, o nariz começa a sentir o aroma da morte, os ouvidos começam então a ficar aguçados pra qualquer movimento, a pele sensível a qualquer estimulo emanado da natureza, preciso de uma vida. O sacrifício é a única maneira que tenho de libertar-me de mim mesmo. Então começo a procurar. Uma vida. Somente uma. Não fará falta. Algo dentro de mim diz que não. Mas eu preciso. É minha liberdade que está em jogo. E a tempestade chega cada vez mais forte em minha cabeça. Saio desesperado de casa a procura de alguém. Preciso acabar com isso.

 E enfim acordo. A mão suja de sangue. Ao meu lado jaz o corpo de uma criança brutalmente assassinada. Não sei o que houve. Acho que eu tentei salvá-la e não foi o suficiente. Não acredito que tenha sido eu quem fez aquilo. Tem de haver alguém que tenha me visto salvando-a. mas não há ninguém. Estou só. Perdido. E sou um ser perigoso segundo a sociedade. Mas a única coisa que queria era liberdade...

Os Sentidos - Crônica

Era tarde, o sol a pôr-se, o vento percorria os nossos corpos e o barulho da água estava a se ouvir. Como em cenas de grandes filmes, paisagem exuberante, eu e você. Os olhos pareciam afogar-se em um mar de amor. Cuja ilusão era apenas um elemento da fática, em um profundo sentimento opróbrio pela vida, sua voz fez-se ecoar pelos canais que mais me fizeram sentir você dentro de mim, esta mesma percorria o meu corpo de alto a baixo em todos os sentidos. Era uma sensação deveras incrível. Uma experiência no qual  nunca senti na minha vida.
 - Meus sentidos! – exclamei
 - O que sucedeu? – interrogou-me
Numa profunda sensação em que meu corpo se unia ao seu, disse-lhe:
 - Os meus sentidos são apenas seu! Já não tenho mais o tato, minha visão? Ela é toda pra você, e sua voz faz-me sentir arrepios, cada palavras que proferes sinto-a dentro de mim. Perfume! Oh! O seu perfume, ele me faz sentir o aroma mais agradável da natureza. E o paladar? O seu beijo, é coisa que outrora nunca vi, nem senti. Sinto-a suspirar e cada suspiro seu mostrava-me que meu coração era apenas seu.
Num jogo de olhares, o tocar dos dedos fazia-me sentir uma enorme explosão de êxtase e prazer. A sua respiração; Ah! A sua respiração em um movimento meio que acelerado e por um grande impulso. Os rostos se unem.
Conseguia sentir e ouvir a sua respiração e num ato ousado encostei minha boca ao seu ouvido e depois de um longo suspiro, criei forças e disse-lhe:
- Eu te amo!
Você querendo completar e numa atitude digna, abraçou-me, senti seu corpo ao meu e em um tom baixo, quase que suspirando, disse-me:
- Eu amo-te mais!
O silencio tomou conta de nossas bocas. O prazer de estar ao seu lado fez-me perder os sentidos, a razão. Fez-me sentir um nada em visão ao nosso amor. Depois de um longo suspiro, o beijo, oh! O beijo. É o beijo, o nosso ultimo beijo. Nunca a esqueci você foi e vai ser sempre uma parte de mim.

EU TE AMO!!!